Fiz aleitamento exclusivo até 5 meses, porém ele chorava muito.
- Claudia de Cássia Ramos
- 29 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 12 de abr. de 2021

Alimentar o meu primeiro filho foi desde o início um desafio. Fiz aleitamento exclusivo até 5 meses, porém ele chorava muito... Ele passava o dia chorando. Tinha diarréia e um leve refluxo, inicialmente pensamos que eram cólicas, mas com o tempo descobrimos que era APLV (alergia a proteína do leite de vaca).
Com essa descoberta, como amamentava, passei a restringir uma série de alimentos na minha dieta. Foi muito difícil deixar de comer algumas coisas que gostava muito. Eu comi tanto frango dos 4 aos 6 meses, que não podia mais ouvir falar!!
Com a introdução alimentar, passei a oferecer Neocate e esse foi o leite dele até mais ou menos 1 ano e 6 meses, quando começamos a trocar gradativamente por outro tipo de leite. Ele aceitou bem a introdução alimentar, seguimos uma série de regras para a introdução dos alimentos potencialmente alergênicos e foi tranquilo. Ele aceitou bem os alimentos, de maneira geral, mas preferia sempre os mais “molhados”.
Por volta de 2 anos, começou uma série de crises de otites e amigdalites. Essa foi uma fase muito difícil também. Ele respirava pela boca, o quadro era obstrutivo em 80 a 90% e ele precisou fazer uma cirurgia aos 4 anos de idade. Respirar pela boca atrapalhou muito a alimentação dele. Atualmente lidamos com uma rinite alérgica de difícil controle.
Com relação aos alimentos, ele sempre foi seletivo e teve pouco apetite, comia sempre muito pouco. A refeição e comer, nunca foram situações muito estimulantes para ele. Não era sua prioridade, era preguiçoso, demorava para comer e se dispersava muito. Ele sempre rejeitou um pouco os grãos e as comidas mais secas, era sempre o primeiro a ficar satisfeito na mesa e para comer tudo eu tinha que dar na boca.
Acho que daquela fase inicial, ficaram algumas memórias. Ele, apesar de poder, quase não toma leite, odeia chocolate, rejeita saladas e não come frutas, com exceção de laranja e tangerina. Ainda tem preferências por comidas mais moles e evita alimentos crocantes e muito doces. Arroz só misturado no feijão e em relação aos sabores prefere cítricos.
Depois da cirurgia, o apetite melhorou um pouco, inicialmente, porém não tenho mais notado mudanças. Eu sempre cozinhei e acho que isso fez diferença. Sempre variava bastante o cardápio dele e as refeições lá em casa sempre foram sem stress, deixava um pouco “afrouxado”. Nunca fiz pressão.
Infelizmente compartilhamos pouco as refeições em família durante a semana, sempre que podemos, fazemos isso nos finais de semana. Ele, normalmente, come junto com a irmã e quando podemos, eu ou a babá sentamos na mesa com eles e comemos junto . Fico muito feliz que mesmo com tantos problemas alimentares ele adore restaurantes!
Atualmente ele faz fono para trocas na fala e escrita e dificuldades com mastigação. Espero que esse meu depoimento possa ilustrar o caminho geralmente percorrido por algumas crianças com problemas alimentares e quem sabe servir de alerta para outras mães.
Cecilia.
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